Exames de sangue de rotina: por que o médico me pediu para fazer?

Exames de sangue de rotina: por que o médico me pediu para fazer?

25/05/2018 por

É bastante normal que os médicos solicitem às pessoas que realizem exames de sangue de rotina, pelo menos uma vez na vida. Sabe por quê? Porque eles analisam como anda a sua saúde. O exame serve para descartar a existência de qualquer problema de saúde, ou, caso haja algum, diagnosticá-lo para que seja possível iniciar um tratamento.

Os exames de sangue de rotina complementam a avaliação médica. Nunca a substitui. Um resultado de um exame de sangue sem a avaliação clínica e o exame físico do paciente pode causar mais confusão do que gerar soluções.

A assistência médica é imprescindível para a interpretação dos resultados. Ter um laboratório de análises clínicas de confiança ajuda muito, também.

Qualquer exame complementar, seja de sangue, urina, imagem, etc., é passível de erros. Estes erros podem ser tanto de interpretação como mecânicos. Estar cercado de bons profissionais de saúde ajuda a prevenir que eles aconteçam.

Exames de sangue de rotina solicitados pelos médicos

Hemograma

O hemograma é o exame que avalia as três principais linhagens de células do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas). É o mais complexo e o que merece maiores explicações.

Hemácias (glóbulos vermelhos)

Serve para o diagnóstico da anemia, que é a redução do número de células vermelhas presentes no sangue.

Leucócitos (glóbulos brancos)

São as células de defesa. Normalmente, indicam uma resposta do organismo a um processo infeccioso em curso. Grandes elevações, podem indicar leucemia. Já a baixa contagem dos leucócitos pode significar uma supressão da imunidade e maior suscetibilidade a infecções.

Plaquetas

São as células responsáveis pelo processo de coagulação do sangue. Pacientes com plaquetas muito baixas são mais propensos a sangramentos. O contrário pode favorecer a formação de trombos.

Dosar as plaquetas é necessário antes de cirurgias ou procedimentos suscetíveis a sangramentos. Também é importante para distinguir a forma hemorrágica e clássica da dengue.

Tempo de tromboplastina parcialmente ativada (PTT ou TTPA) e tempo de protrombina (TAP ou TP)

Medem o tempo que o sangue demora para coagular. Tempos maiores indicam maior propensão a sangramentos.

A cascata da coagulação inicia-se com a ativação das plaquetas e é completada pela ação dos fatores da coagulação. O TAP e o PTT medem o funcionamento desses fatores. A avaliação completa do estado da coagulação, feita com o TAP, PTT e plaquetas, é, muitas vezes, chamado de coagulograma.

Colesterol

O colesterol total é composto da soma das frações HDL+LDL+VLDL.

HDL

É o chamado colesterol bom. Protege os vasos da aterosclerose (placas de gordura). Quanto mais elevado, melhor.

LDL e VLDL

É o conhecido colesterol ruim, formador da aterosclerose que obstrui os vasos sanguíneos e leva a doenças como infarto. Quanto mais baixo melhor.

Ureia e creatinina

São as análises que avaliam a função dos rins. Seus valores são usados para calcular o volume de sangue filtrado pelos rins, podendo ser útil também na avaliação da função cardíaca.

Glicose

A dosagem de glicose é importante para o diagnóstico ou controle do tratamento do diabetes mellitus. Só tem valor se realizada com um jejum mínimo de oito horas.

TGO (AST) TGP (ALP)

São exames para se avaliar o fígado. Valores elevados indicam lesão das células hepáticas. Normalmente traduzem algum tipo de hepatite, seja viral, medicamentosa ou isquêmica.

Sódio, potássio, cálcio e fósforo

São os chamados eletrólitos. Valores elevados ou diminuídos devem ser tratados e investigados, pois podem trazer risco de morte, caso estejam muito alterados.

TSH e T4 livre

São análises para se avaliar a função da tireoide, um pequeno órgão que se encontra na região anterior do nosso pescoço e controla o metabolismo. São com eles que diagnosticam-se e controlam-se o hipertireoidismo e o hipotireoidismo.

Ácido úrico

O ácido úrico é o produto resultante da metabolização de algumas proteínas pelo organismo. Níveis elevados são considerados fatores de risco para gota e cálculo renal, e estão associados à hipertensão e doenças cardiovasculares.

PCR

É uma proteína que se eleva em estados inflamatórios. Ela, porém, é inespecífica, ou seja, não diz de forma clara o motivo pelo qual está elevada. Uma PCR elevada, normalmente, indica um processo infeccioso em andamento, mas, também, pode ocorrer nas neoplasias (câncer) e nas doenças inflamatórias. Uma PCR elevada, associada à leucocitose, é um forte indicador de infecção em curso.

PSA

Proteína que se eleva em caso de câncer de próstata ou prostatites (infecção da próstata). Aumentos do tamanho da próstata com a idade, chamada de hiperplasia prostática benigna, também podem elevar o PSA, mas não nos níveis da neoplasia.

Albumina

A albumina é a proteína mais abundante no sangue. É um marcador de nutrição. Como é sintetizada pelo fígado, também serve para avaliar a função hepática em doentes cirróticos.

VHS ou VS

É mais um teste não específico de inflamação. É menos sensível que o PCR e costuma estar muito elevado nas doenças autoimunes.

Pergunte sempre ao seu médico o porquê de cada exame solicitado. A boa prática médica pede que todo o exame clínico tenha uma finalidade.

Nosso material tem caráter meramente informativo e não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico, autotratamento ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte o seu médico.