Você tem dúvida sobre qual exame detecta o HIV?

Qual exame detecta o HIV?

10/06/2018 por

Antes de saber qual exame detecta o HIV, é necessário entender que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), este vírus afeta, atualmente, mais de 33 milhões de pessoas em todo o mundo. Além disso, cerca de 1/3 desses indivíduos contaminados não sabem que são portadores do vírus, pois nunca realizaram um teste para detectá-lo, chamado cientificamente de sorologia para o HIV.

É muito importante realizar o exame que detecta o vírus, pois o diagnóstico precoce aumenta as chances de o paciente viver de modo saudável por muitos anos, mesmo com HIV. Além disso, saber que é portador do vírus reduz o risco de transmissão do HIV para outras pessoas.

Apenas um exame detecta o HIV?

Não. Na realidade, existem dois tipos de exames para detectar o HIV: a sorologia tradicional e o teste rápido para HIV.

Sorologia tradicional

A sorologia tradicional existe desde 1985 e é conhecida como ELISA (Enzyme-Linked Immunoabsorbent Assay). O ELISA pode ser usado para várias doenças, além do HIV, sendo uma técnica que permite a detecção de anticorpos específicos no sangue.

Neste tipo de teste, não se pesquisa diretamente a presença do vírus, mas, sim, a existência de anticorpos contra ele. Existem outras metodologias além do ELISA para se detectar anticorpos contra o vírus HIV, como o MEIA, EQL e ELFA e CMIA. Mas o ELISA ainda é o método mais popular.

A lógica do exame é simples: só haverá anticorpos contra o HIV no sangue se o paciente tiver sido contaminado pelo vírus. Pessoas que nunca tiveram contato com o HIV não têm como desenvolver anticorpos contra o vírus. O sistema imunológico só consegue produzir anticorpos contra uma determinada doença se tiver sido previamente exposto ao seu agente causador, seja ele um vírus ou uma bactéria.

O tempo que decorre entre o momento da contaminação por um vírus e a produção de anticorpos suficientes para serem detectados na sorologia é chamado de janela imunológica. Portanto, quando falamos que um teste tem uma janela imunológica de três meses, isto significa que o exame só dará positivo Três meses depois de o paciente ter entrado em contato com o microorganismo.

Nas últimas décadas, a sorologia para HIV evoluiu muito. Atualmente, a janela imunológica de HIV é bem mais curta do que no começo, e o teste consegue detectar o vírus com menos de quatro semanas. As sorologias atuais procuram pela presença de anticorpos contra o HIV-1 (subtipo mais comum e agressivo) e HIV-2 (subtipo menos contagioso e menos agressivo). Entenda os resultados do teste.

ELISA negativo para HIV

Sempre que um paciente faz uma sorologia para HIV e o ELISA é negativo, este resultado é liberado para o paciente sem necessidade de outros testes. O protocolo indicado é fornecer o resultado com a seguinte frase: “Amostra Não Reagente para HIV”.

ELISA positivo para HIV

quando o ELISA fornece um resultado positivo para o HIV, ele precisa ser confirmado por um outro exame, realizado em nova amostra, que pode ser feito com o uso de um destes três métodos:

  • western blot.
  • Imunoblot.
  • Imunofluorescência indireta para o HIV-1.

O resultado positivo somente é liberado se o exame confirmatório também for positivo. O western blot, por exemplo, tem uma precisão de 99,7%. Quando há dois resultados positivos (ELISA + WB) a chance de falso positivo é desprezada.

O resultado positivo nas duas técnicas é liberado como: “Amostra Reagente para o HIV”.

Teste rápido para HIV

Os testes rápidos para HIV ganharam bastante popularidade a partir dos anos 2000. São aqueles capazes de liberar o resultado em apenas 30 minutos. Esses testes podem ser feitos com uma pequena amostra de sangue, colhida através de um furinho no dedo ou através da saliva.

Os testes rápidos para HIV têm uma sensibilidade um pouco menor do que os testes sorológicos tradicionais. Porém, ainda assim, a sua taxa de falso negativo é baixíssima. Portanto, um resultado negativo no teste rápido tem o mesmo valor do resultado negativo na sorologia tradicional. Um resultado positivo deve ser confirmado pelas metodologias tradicionais.

Em geral, indica-se o teste rápido para aqueles casos onde deseja-se obter um resultado imediato. Ele é importante, por exemplo, para profissionais que se acidentam com agulhas ou para as grávidas que entram em trabalho de parto em hospitais sem terem realizado os exames pré-natais.

Nosso material tem caráter meramente informativo e não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico, autotratamento ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte o seu médico.